Desenvolvimento motor de crianças, de idosos e de pessoas com transtornos da coordenação

Título: Desenvolvimento motor de crianças, de idosos e de pessoas com transtornos da coordenação

Autores: Suely Santos; Luiz Dantas; Jorge Alberto de Oliverira

Descrição: Artigo publicado na Revista Paulista de Educação Física

Data: 2004

URI: http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/desenvolvimento-motor-e-transtornos-de-coordenacao.pdf

Introdução:

O movimento é precioso e está presente em todos os momentos da nossa vida, da inabilidade para a habilidade e, novamente, para a inabilidade na idade avançada (KRETCHMAR, 2000), ainda que o significado de ficar em pé pela primeira vez e a dificuldade em levantar-se no final da vida seja diferente. As mudanças do comportamento motor e o(s) processo(s) que embasam essas mudanças durante o ciclo vital são o foco de estudo da sub-área desenvolvimento motor (CLARK & WHITALL, 1989a). Nesse sentido, mudança é uma palavra-chave dentro do conceito de desenvolvimento, não apenas no que se refere ao surgimento, mas também, a perda de comportamentos (SANTOS, 2002). O desenvolvimento motor na infância caracteriza-se pela aquisição de um amplo espectro de habilidades motoras, que possibilita a criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas), locomover-se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, saltar, etc.) e manipular objetos e instrumentos diversos (receber uma bola, arremessar uma pedra, chutar, escrever, etc.). Essas habilidades básicas são requeridas para a condução de rotinas diárias em casa e na escola, como também servem a propósitos lúdicos, tão característicos na infância. A cultura requer das crianças, já nos primeiros anos de vida e particularmente no início de seu processo de escolarização, o domínio de várias habilidades. Não raro, essas habilidades denominadas básicas são vistas como o alicerce para a aquisição de habilidades motoras especializadas na dimensão artística, esportiva, ocupacional ou industrial (cf. TANI, MANOEL, KOKUBUN & PROENÇA, 1988). Essa relação de interdependência entre as fases de habilidades básicas e de habilidades especializadas denota a importância das aquisições motoras iniciais da criança, que atende não só as necessidades imediatas na 1a. e 2a. infância, como traz profundas implicações para o sucesso com que habilidades específicas são adquiridas posteriormente. Um aspecto que parece ser relevante para o pesquisador da área de desenvolvimento motor, na escolha das etapas iniciais da vida para testar as suas hipóteses, é o fato de que os momentos críticos do processo de desenvolvimento são mais facilmente detectáveis durante a infância. Ou seja, identificar os momentos de instabilidade e estabilidade no comportamento motor e as respectivas descontinuidades e continuidades de desenvolvimento após a idade adulta, significa percorrer uma trajetória mais nebulosa, pois os longos intervalos de tempo entre um determinado comportamento e o surgimento de outro, representam um obstáculo. Adicionalmente, a extensão de tempo entre a idade adulta e a morte e as infinitas possibilidades de interação com o meio ambiente, resultam num aumento da variabilidade inter-indivíduos (SANTOS, CORRÊA & FREUDENHEIM, 2003), na medida que o estilo de vida (incluindo a prática regular de atividade física, alimentação balanceada, etc.) exerce forte influência no desenvolvimento motor dos indivíduos. Em suma, desenvolvimento motor enfoca o estudo das mudanças qualitativas e quantitativas de ações motoras do ser humano ao longo de sua vida. O escopo das investigações envolve predominantemente a análise de habilidades motoras com forte componente genético e o resultado da interação dos fatores endógenos e exógenos no processo de desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras, não apenas com a preocupação de observar e descrever mudanças no comportamento motor ao longo da vida do ser humano, mas também buscando hipóteses que possam explicar ou predizer tais mudanças. Nesse contexto, desenvolvimento motor será discutido a seguir em relação a três aspectos: a) uma análise de estudos sobre padrões fundamentais de movimento e os fatores de mudança na infância; b) a persistência da dificuldade motora ao longo do processo de desenvolvimento em crianças diagnosticadas com transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC); e, finalmente, c) uma abordagem do conceito de desenvolvimento motor ao longo da vida, particularmente, na velhice.

 

Trabalho na íntegra:

http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/desenvolvimento-motor-e-transtornos-de-coordenacao.pdf

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